Agora que me lembrei

da minha avó materna!!!
Xiiiiiiii, que saudades!!

Foi ela que me criou! Ela era quem estava sempre presente nas minhas primeiras vivências, daquilo que eu consigo lembrar!!
Era ela que me fazia bife com batatas fritas quase todos os dias.
Era com ela que eu ia ao campo buscar os legumes, à erva para os coelhos, "pensar" as galinhas, ao supermercado do sr. Duarte e ganhava quase sempre um "fã" ou uma chicla Gorila.
Pois mas eu não era uma jóia de menina e fazia as minhas traquinices e depois era ouvi-la a dizer: "vou contar á tua mãe". Mas nunca contava!! Só contou uma vez, que me apanhou a tirar predras para os carros que passavam na rua, acertei num, e claro levei 2 palmadas no rabo!!
Era ela que me punha mercúrio nas feridas quando caia e arranhava os joelhos.
Só eu e ela sabemos o que ela passou comigo porque eu não queria comer a sopa, pedia -lhe o "conduto" primeiro, a sopa estava no prato mas assim que ela virasse costas, eu pegava na fruta e corria para o parque, assim que passasse o portão dizia-lhe:
- Vó já estou a comer a fruta agora já não posso comer a sopa por cima! Faz mal!!
Adorava matar as galinhas e os coelhos com ela, tirar as penas e puxar a pele respectivamente.
E ela sempre dizia: Não podes ter pena, senão não morrem.
E eu não tinha, deve ser por isso que hoje não consigo gostar de animais como as pessoas normais.
Só ela me entendia, quando eu amarrada uma corda ao pesçoco do gato para o ir passear, o desgraçado contrariado, claro, mas eu era a única que não tinha cão na rua, logo quem não tem cão, caça com gato. Só ela me deixava tomar banho no verão de cuecas no tanque... outras vezes enchia uma bacia de água e punha ao sol para aquecer, era a minha piscina aquecida.

Eu cresci e a minha avó adoeceu, Alzheimer. Doía sempre quando eu lhe perguntava se se lembrava do meu nome, ela dizia que sim, com ar convicto, mas dizia o nome de outra neta. Doía ver uma mulher outrora dinâmica, cheia de vida e afazeres, debilitada e dependente, era ela que precisava que eu tomasse conta dela naquela momento.
Doeu muito a partida dela, muito mesmo, mas nunca me esqueci dela, aliás basta-me olhar no espelho e ver o nariz dela, foi a melhor herança!!

Beijo grande vó!!

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